É um dos maiores guitarristas de Cabo Verde, mas não era para ser assim.
Armando Tito nasceu em Mindelo a 18 de julho de 1944 numa casa onde todos tocavam - inclusive a mãe , que, por alguma promessa ou superstição, por ter perdido dois filhos de nome Armando, o proibiu de aprender a tocar. Só que menino Armando António Boaventura - Armando Tito - se aproveitava das ausências da mãe para experimentar clandestinamente os instrumentos musicais que estavam escondidos no fundo da mala. Até que um dia o apanharam a tocar, e perceberam que ele era o melhor de todos.
Na altura Armando Tito tinha apenas seis anos e o pai encomendou então ao Mestre Baptista um violão pequeno, adaptado a sua idade. A partir daí Armando Tito, o menino-prodígio, tornou-se quase um profissional, animando festas com um irmão e um primo.
Armando Tito ainda aprendeu carpintaria mas foi a música que fez emigrar para Portugal, no início dos anos 70 onde participou no famoso conjunto voz de Cabo Verde que deixou em 1982 para trabalhar como cozinheiro num navio liberiano.
Da carpintaria também não se esqueceu, fabricando violões em miniatura. E restaurou “Bronze”, a mítica guitarra de B.Léza, que ele guarda como uma relíquia.
B.Léza morreu em 1958, com 55 anos, e Armando Tito foi um dos músicos que participou no funeral que encheu de música as ruas do Mindelo.
Mas não é só no violão que Armando Tito é mestre. Toca ainda outros instrumentos como violino e cavaquinho mas é no dedilhar do violão que exprimiu e exprime todo seu talento e criatividade, quer ao lado de lendas da música cabo-verdiana como Bana, Cesária, Celina Pereira, Ildo Lobo, Paulino Vieira ou Carlos Alberto Martins, mas também com vozes nova geração como Luta, Nancy Viera, etc.
Armando Tito, que completou 80 anos nesta quinta-feira 18 de julho, é homenageado esta sexta-feira em Mindelo, no restaurante Xalino, no Clube de Ténis de Mindelo. 11 vozes subirão ao palco para cantar os parabéns a esse ícone da musica de Cabo Verde que marcará presença no evento.
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