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  • Foto do escritorondakriolu

Em Cabo Verde 25 de abril de 1974 foi dia igual a todos os outros

A chamada Revolução dos Cravos, iniciada na madrugada dessa quinta-feira de abril de 1974 , em Lisboa, passou quase despercebida nas ilhas de Cabo Verde e o acontecimento foi só foi noticiado três dias depois.


Comemoração, na Praia, da libertação dos presos políticos ( na foto, Pedro Martins saudando os manifestantes)

Era exatamente meia-noite e 25 minutos desse 25 de abril de 1974 quando a canção Grândola Vila Morena, na voz de Zeca Afonso, foi passada na Radio Renascença, em Portugal, indicando que os militares rebeldes deviam ocupar os pontos estratégicos do país. Nas horas seguintes, a ditadura desmoronou.


Ao fim da tarde Marcelo Caetano rendeu-se e entregou o poder ao general Spinola, depois de 48 anos de ditadura.


Em Cabo Verde, o acontecimento, que marcaria de forma indelével sua história, nem sequer foi noticiado no único panfleto da época, O Arquipélago, que só a 27 de abril publicou a notícia.


É certo que muitos cabo-verdianos, politicamente bem informados, estavam a par das mudanças politicas em Portugal, mas a grande maioria da população não sabia que o rumo da sua história havia sido trocado. Nem mesmo os presos políticos no Tarrafal que, embora sentindo a tensão no ar, não sabiam exatamente que o se passava em Lisboa .



A notícia da revolução em Portuagl só foi noticiada na imprensa cabo-verdiana no jornal "O Arquipélago", no seu suplemento de 27 de Abril.

Só no dia 30 de Abril é que o povo despertou da sua habitual sonolência dando “viva ao P.A.I.G.C”, “viva a independência” sem a clara noção do que aquilo significava “ - escreve o professor António Moreira , mas a primeira grande aclamação, quase espontânea, verificou se no dia 01 de Maio.


Em Santiago a movimentação politica, verificou-se à volta da libertação dos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal, que acabou sendo encerrado ... mas não definitivamente.


Na Praia queimaram-se carros da PIDE e muitos agentes da polícia política foram evacuados para Portugal num barco de guerra.


No Mindelo, relata o jornal O Arquipélago, “os manifestantes, partindo da praça em frente de um antigo edifício do liceu e empunhando cartazes onde se liam “viva a liberdade!”, “viva o General Spínola!”, “fora a P.I.D.E/D.G.S!” dirigiram se ao comando naval de Cabo Verde, tendo-se, em seguida, deslocado à Praça Estrela onde, num dos mastros do coreto, foi hasteada a Bandeira Nacional com a fotografia de Amílcar Cabral.


Para além dessas manifestações populares, as forcas politicas também saíram da clandestinidade ( PAIGC, UPICV, UDC) , travando, entre eles, um amplo combate politico.

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