O género musical funaná, mais frequente na ilha de Santiago, foi classificado como Património Cultural Imaterial de Cabo Verde, numa homenagem aos seus “guardiões” e praticantes, segundo portaria governamental que entrou esta quarta-feira, 10 de abril, em vigor.
De acordo com um comunicado do Governo, esta classificação é ainda uma homenagem aos “grandes nomes” desse género musical tradicional, que ao longo de várias gerações têm permitido a sua perpetuação e transmissão.
Entre eles, estão Toti Lopi, Antão Barreto, Caetaninho, Sema Lopi, Djubensu Mendes, Manito, Nhonhô Duarte, Codé di Dona, enumerou a portaria do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas.
“Igualmente, esta iniciativa pretende ser um estímulo à nova geração para a continuidade da tradição”, prosseguiu a mesma fonte.
O funaná é uma “das maiores referências” da música tradicional cabo-verdiana, a par do batuco, finason, tabanca, morna, coladeira, colá São João, talaia baixo.
É também “uma das manifestações culturais que traduz o estilo de vida social e cultural dos cabo-verdianos, particularmente os camponeses do interior da ilha de Santiago, permitindo a coesão social almejada”, lê-se no documento oficial.
É um ritmo binário, entre o acelerado e o mais lento, dançante, associado ao acordeão, mais conhecido por gaita em Cabo Verde.
“Este género musical é classificado em toda a sua dimensão intangível e simbólica, bem como a tangível, vinculando os instrumentos, espaços associados e todos os suportes de registos de músicas, canto e de dança, físicos ou digitais que contem elementos relevantes à sua salvaguarda”, acrescentou.
Segundo o Instituto do Património Cultural (IPC), o funaná nasceu nos anos 60 do século XX e ganhou o estatuto nacional e internacional nos anos 70 e 80 com o grupo Bulimundo, regido pelo maestro Carlos Alberto Martins (Katchás).
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