Há dois anos, em 2022, a vida de Kevin Tavares, então com 30 anos, mudou completamente quando foi agredido na Praia por um grupo de jovens delinquentes durante um assalto. Como consequência ficou paraplégico, e durante dois anos ele e sua família travaram uma luta titânica para sua recuperação, uma luta que infelizmente terminou na madrugada desta ultima sexta-feira na sua residência na zona da Bela Vista, na cidade da Praia.
Kevin Tavares, 32 anos, morreu na madrugada de sexta-feira na sua casa em Bela Vista, na cidade da Praia, vítima de complicações de saúde.
Kevin é recordado como um jovem tranquilo e trabalhador que num fatídico dia do ano 2022 teve o azar de estar no sítio errado na hora errada.
Nesse dia ele foi agredido por um grupo de jovens, tendo ficado totalmente paralisado. Preso à cama, sem poder se movimentar, Kevin dependia totalmente da sua família, particularmente da sua irmã Mariza, que por várias fezes recorreu à comunicação social para pedir ajuda no sentido de evacuar o irmão para o estrangeiro em busca de melhor tratamento.
Com o apoio da Associação José Luís Solidário e de muitos cabo-verdianos que também se solidarizaram com a causa, Kevin foi evacuado para Dakar ano e meio depois da agressão, mas era demasiado tarde. Médicos em Dakar disseram que o jovem jamais poderia andar, embora garantissem que com o tempo pudesse vir a ganhar alguma mobilidade, o que finalmente não aconteceu.
Perdas Evitáveis?
Cabo Verde vem perdendo muitas vidas jovens, e as causas mais comuns, papa além de mortes súbitas, são a violência e a criminalidade juvenis.
A maioria das vítimas eram, como Kevin, pessoas de paz e cheias de energia. Foram levadas pelo ódio, pela intriga ou pelo destino insondável. São tragédias que cortam o coração. São esperanças e sonhos destrocados e perdidos. Para as famílias, é o vazio da ausência que se sabe eterna. Para a sociedade, são perdas de talentos que feneceram sem dar os frutos que prometiam.
A vida é um sopro, já nos ensinam os salmos. Aceitamos a ideia e nos confortamos com ela, mas quando morre um jovem sentimos que rompeu o pacto tácito com a ordem natural, essa ordem da natureza que estabelece que são os filhos que devem enterrar os pais, e não o contrário.
E quando parte um jovem podemos questionar : Podia ser diferente? Havia algo que se podia fazer ? Raramente há respostas, e se as há não as conhecemos (se calhar nem queremos conhecer).
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