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Foto do escritorondakriolu

Praia : Os Vigilantes do Lixo

São 60 homens que foram recentemente recrutados pela Câmara Municipal da Praia para dar resposta a uma onda de vandalismo perpetrada contra contentores de lixo colocados em diferentes bairros da cidade da Praia.

Estes novos trabalhadores da Chamará Municipal da Praia são facilmente identificados por um colete verde, onde está escrito "Vigilantes da Câmara Municipal" nas costas e que começaram a surgir nos últimos dias.


"Antes havia lixo espalhado pelas ruas. Numa cidade, não fica nada bonito", disse um deles, mas desde que os vigilantes entraram em ação, mesmo que tenha sido só há poucos dias, "os contentores estão mais organizados", sem resíduos atirados ao chão ou catadores e cães a tombá-los e a revolvê-los, em plena via pública, espalhando o lixo pelas ruas.


Na Praia, "as pessoas têm o hábito de deixar o lixo ao pé dos contentores", mesmo quando não estão cheios, um problema, sobretudo numa altura em que o país conta com duas mortes e mais de 8.000 casos acumulados de dengue, desde há um ano, concentrados na capital (75% dos casos).


O lixo é um dos locais propícios para a propagação do mosquito que espalha o vírus da dengue.


Há duas semanas, o presidente da Câmara Municipal da Praia (CMP), Francisco Carvalho, anunciou que cerca de 60 vigilantes iam ser colocados ao lado de contentores na capital, para travar vandalismo e para combater o despejo indevido.

Emanuel Mendes, vigilante na Fazenda, já tinha "perdido a esperança" de um dia ter trabalho e está contente por vigiar contentores, um trabalho das 09:00 às 18:00, sem direito a fins de semana.


Recebe 24 mil escudos (217 euros), importante para sustentar a família, diz.

"No primeiro dia [de trabalho], encontrei este lugar cheio de lixo no chão. Agora já não está assim", diz uma outra vigilante, Loriana Garcia, 26 anos, sentada num passeio, à beira da estrada, de olhos postos nos contentores num local movimentado da Achada de Santo António.


Depois de serem abordadas, as pessoas "colaboram bastante".

"Quando veem que estou aqui, já não colocam o lixo no chão", contou, ao aproximar-se para ajudar uma criança que não chegava ao cimo do contentor para deitar o lixo.

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